A influência do Turismo no distrito de Setúbal!


O distrito de Setúbal, à semelhança do resto do país, necessita do turismo para crescer e dar
melhores condições de vida aos seus cidadãos.

Nos últimos 10 anos o distrito de Setúbal tem apresentado, de forma continuada, um crescimento
económico do seu PIB (Produto Interno Bruto) fruto do aumento sustentado do turismo em cerca
de 15% ao ano.

As praias paradisíacas e a bela Serra da Arrábida têm conseguido, cada vez mais, cativar aqueles
que procuram descanso. Nestes 10 anos, tem-se verificado um aumento progressivo na oferta do
número de camas, em particular, no Alojamento Local. O turismo é, maioritariamente,
constituído por estrangeiros que alugam quarto, carro e vão aos nossos restaurantes sendo deste
modo um motor indispensável para o desenvolvimento da economia do distrito e do país.

Nesta equação, de dependência em cadeia, que estabelece relações com as mais variadas áreas
económicas, o turismo precisa de uma companhia aérea: A TAP que, na qualidade de
transportadora aérea nacional, detida em 50% pelo estado português tem vindo a realizar um
forte investimento para modernizar a sua frota tornando-a mais segura e mais rentável. Só assim,
conseguirá manter-se competitiva no mercado internacional e, por isso, o investimento já
realizado tem aumentado consecutivamente o número de passageiros que transporta, tornando-se
realmente mais eficiente e sustentável.

O Estado Português impõe no contrato de concessão rotas de serviço público que, por vezes, até
pode nem ser rentáveis.

No passado mês de março, Portugal entrou num regime de quarentena, seguido de Estado de
Emergência, do encerramento das fronteiras e do espaço aéreo. Estas medidas foram imposições
do Estado Português, não da TAP.
A suspensão da atividade foi decretada.
Com uma redução do número de voos em 96,7%, só em abril, perguntamos:
- Como se quer que a TAP, ou qualquer empresa nas mesmas condições, sobreviva?

A paragem da atividade económica da empresa, permite reduzir os custos operacionais, mas há os
custos fixos que se mantêm e a que a empresa tem de responder. Porque nenhuma empresa tem
a capacidade infinita de suportar custos quando tem a atividade económica parada, perguntamos:
- Como querem que a TAP se aguente, se não depende dela a retoma da atividade?

Dito isto, é totalmente incompreensível que o Ministro da tutela esteja em vias de nacionalizar ou
mesmo de declarar a insolvência da TAP!

Que fazemos depois?
Criamos uma nova empresa para ficar, logo à nascença, ainda mais endividada que a TAP?
E perdemos toda a imagem que criámos ao longo de anos e anos? E que destinos vamos
executar? Só os rentáveis? E o serviço público que a TAP tem de fazer? Quem o faz? A Ryanair?

Entretanto, que fazemos aos empresários de todo o país que dependem da TAP para nos trazer
turistas e fazer a nossa economia crescer 1,5% ao ano? Sim, porque todo o crescimento que
temos tido nos últimos 5 anos se deve em mais de 80% ao turismo. Assim como a redução do
número de desempregados e o aumento do número de empresas − tudo está ligado. E tudo está
ligado ao turismo e à TAP.

Esperamos que o Sr. Ministro da tutela compreenda a importância da TAP para a nossa economia
e olhe para os mais de onze mil trabalhadores que dela dependem.
Esqueça de vez as suas teorias ideológicas.

Setúbal, 21 de maio de 2020

Pedro Rodrigues Pinho

Partilhar
    Comentario Blog
    Comentario Facebook